Todos nós nos deparamos, ao longo
do nosso cotidiano, com o processo decisório. Desde as situação mais
corriqueiras, como escolher uma marca de iogurte no supermercado, ou o melhor
caminho para chegar à casa de uma amigo, até situações bem mais complexas, como
a escolha dos fundos de investimentos de nossas economias, todas elas envolvem
avaliar alternativas e escolher. Independentemente do objeto e do grau de
criticidade da escolha, o processo é sempre o mesmo: definir o objeto da
decisão, coletar informações, analisar as informações e tomar a decisão. E
quanto mais forem precisas as informações coletadas, mais poderosa será a nossa
análise e maior será a probabilidade de tomarmos a melhor decisão.
Vamos utilizar o exemplo da
escolha do iogurte para ilustrar o processo acima descrito.
1 – Definir o objeto da decisão:
Mesmo a escolha de um item banal
como iogurte requer a definição de alguns parâmetros de análise que servirão
para orientar a etapa seguinte de coleta de informações. Os parâmetros básicos
são aqueles que definirão o custo do produto (também chamados de métricas). No
caso do iogurte, temos os seguintes parâmetros:
-
preço: em Reais (R$)
-
quantidade: em unidades
Mas além do preço e da
quantidade, itens fundamentais, precisamos dar mais significado ao processo de decisão,
através da análise de uma série de informações complementares àquelas já
mapeadas.
-
sabor: (lista de sabores desejados)
-
tipo: (diet / normal)
-
frequência de consumo: (diária/semanal/etc)
-
tipo de embalagem (1litro / embalagem com 4 unidades de 100 ml):
-
fabricante (nome do fabricante):
-
prazo de validade: (data)
-
ponto de venda: (nome / endereço do establececimento)
2 - Coletar informações:
Baseado nas especificações do que
queremos comprar (e quanto mais claro formos neste detalhamento melhor), vamos
fazer uma pesquisa nos supermercados e coletar as informações mapeadas.
Partindo da premissa que faremos compras mensais, pelo menos uma vez por mês
precisamos buscar informações atualizadas.
-
frequência de coleta das informações: mensal
-
local de coleta: supermercados, jornais locais e internet
- local de
armazenamento: neste caso, dado a simplicidade das informações, podemos utilizar uma planilha qualquer.
É recomendado mantermos um
histórico das informações passadas, para verificarmos as tendências e variações
que podem ser importantes como variação do preço, disponibilidade do produto,
etc.
-
comparação com o histórico dos últimos seis meses:
3 – Analisar as informações:
É o processo de cruzamento de
todas as informações coletadas para a formação da nossa opinião. É fundamental
realizar a análise todas as dimensões concomitantemente. A análise de uma
dimensão isoladamente certamente trará uma visão incompleta dos fatos e levará
a uma decisão equivocada. Veja o caso do iogurte: Se analisarmos apenas o menor
preço, podemos escolher um produto cujo prazo de validade é curto demais para a
necessidade de consumo, o que acarretará no descarte do produto. No caso de um
consumo a médio prazo, optaremos por aquele com prazo de validade mais longo,
mesmo com um preço maior.
4 – Tomada de decisão:
Somente após a realização das
análises e comparações necessárias é que o gestor decidirá pelo caminho a ser
seguido. Vale ressaltar que um dos aspectos intangíveis neste processo, mas
igualmente importante, é a experiência daquele encarregado de tomar a decisão.
A experiência que nos permite de enxergar aquilo que não está explicito, aquilo
que os outros não conseguem ver, e utilizar esta percepção para tomar a decisão
final.
O Processo Decisório nas Empresas
Imaginemos agora que, ao invés de
comprarmos um iogurte, tivéssemos que comprar um milhão de produtos diversos,
para serem distribuídos em locais diversos e serem consumidos em tempos
diversos. Obviamente a situação fica muito mais complexa. O caso das empresas é
exatamente este.
Embora o processo decisório seja
exatamente o mesmo que no caso da compra do iogurte, as variáveis e quantidades
envolvidas são significativamente maiores, e consequentemente o risco de tomar
decisões equivocadas se multiplica. A quantidade de dados envolvida em um
processo decisório empresarial pode chegar a terabites. E é exatamente aí que
mora o problema. É incrível, mas a realidade mostra que muitas Empresas ainda se
utilizam de sistemas baseados em planilhas para classificar e armazenar quantidades
tão grandes de informações. O risco que corre-se é altíssimo, e certamente ao
longo do tempo ficará evidente o dano causado por tamanha irresponsabilidade.
Ainda bem que já existem diversos
produtos especializados na definição, coleta, armazenamento, consolidação e
apresentação das informações estratégicas e táticas da Empresas. É importante
iniciar o quanto antes a migração dos sistemas decisórios arcaicos para
plataformas modernas.
A tecnologia jamais substituirá o
ser humano, e nem é este o seu propósito. Quanto mais estratégica for a
decisão, mas importante é o papel do gestor, em compreender e avaliar as
informações e escolher o caminho a ser seguido. Mas ele somente poderá fazer
isto se for suportado por ferramentas de gestão adequadas.
Até mais,